O papel moeda ainda é o meio de pagamento mais utilizado no país. De acordo com uma pesquisa feita pelo Banco Central e divulgada nesta semana, 96,1% das pessoas dizem utilizar o dinheiro em espécie para fazer pagamentos e compras em algum momento, apesar de usarem outros meios. E 60% dizem preferir efetivamente o papel moeda para fazer suas transações.

 

Apesar de alto, o número é menor que o apresentado em 2013, última vez em que o levantamento foi feito. Naquela época, 100% da população brasileira dizia usar o dinheiro em algum momento. Para o Banco Central, a preferência pelo dinheiro expõe um comportamento cultural. E cita que o mesmo acontece em outros países, mesmo aqueles considerados mais ricos, como a Alemanha.

 

“É uma questão cultural. Vejamos dois exemplos de países europeus considerados ricos. Na Suécia a população praticamente não usa dinheiro, já na Alemanha, por outro lado, usa-se muito. Vejam que são dois países desenvolvidos, portanto não há como definir um padrão ruim ou ótimo”, afirmou o chefe adjunto do departamento de meio circulante, Fábio Pollmann.

 

Além do quesito cultural, o Banco Central chama a atenção para o fato de que quase um terço dos brasileiros, 29%, ainda recebe o salário em espécie. “O dinheiro em espécie é largamente utilizado no Brasil. Isso significa que é preciso melhorar cada vez mais o meio circulante para atender a essa demanda da sociedade”, explica o chefe do departamento do meio circulante, Felipe Frenkel.

 

Apenas 46% dos entrevistados dizem usar o cartão de crédito em algum momento. Ou seja, mais da metade da população não utiliza esse tipo de pagamento em sua vida. E 52% usam o débito para pagamentos e compras. Quanto menor a conta, mais o dinheiro vivo é utilizado. O levantamento mostrou que, para compras de até dez reais, 87,9% preferem pagar em dinheiro.