No Tocantins, conforme dados oficiais, mais de 101 mil pessoas convivem com algum tipo de deficiência, representando 6,9% da população. Em Guaraí, assim como em boa parte do Estado, a construção de uma sociedade plural, que valorize as diferenças, ainda enfrenta obstáculos significativos. Esse processo passa, de forma decisiva, pela educação infantil e pela inclusão efetiva nas escolas do município.

 

Se no passado era comum afastar pessoas com diferenças físicas ou neuropsíquicas do convívio social, hoje a interação é reconhecida como essencial. No entanto, ainda existem barreiras, incluindo a falta de estrutura que dificulta o acolhimento de alunos, contribuindo para índices preocupantes, como o de autistas que não conseguem concluir sequer o Ensino Fundamental, situação que reforça a urgência de mudanças no sistema educacional.

 

Em Guaraí, a realidade de famílias que buscam acolhimento escolar para crianças com deficiência ainda é marcada por dificuldades. Muitos pais relatam resistência já no momento da matrícula, com obstáculos que inviabilizam o acesso. O sentimento de exclusão não se restringe ao município, mas se repete em várias cidades do Tocantins, evidenciando que a educação inclusiva ainda não se consolidou como prática cotidiana.

 

Especialistas defendem que a inclusão depende de investimentos concretos em infraestrutura, capacitação de professores e aquisição de materiais adaptados. A ausência de preparo técnico e recursos adequados amplia desigualdades. Garantir acessibilidade e respeito às diferenças não é apenas obrigação legal: é um compromisso coletivo para formar cidadãos mais empáticos, preparados e conscientes do valor da diversidade.