A ‘fruta-do-lobo’, base da alimentação do lobo-guará, animal símbolo de Guaraí, ganhou destaque científico. Um estudo da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, publicado no International Journal of Pharmaceutics, revelou que dois compostos desse fruto têm potencial para tratar o câncer de bexiga.
Conhecida também como ‘lobeira’ (Solanum lycocarpum), representa cerca de 50% da dieta dos cada vez mais raros lobo-guarás. Sua importância ecológica e cultural agora se soma ao valor medicinal na luta contra o câncer, ampliando o interesse pela espécie nativa, que integra o imaginário e a identidade regional.
No estudo, os compostos ‘Solasonina’ e ‘Solamargina’ foram extraídos e encapsulados em nanopartículas “cerca de 600 mil vezes menores que um fio de cabelo”. Testes celulares em laboratório e com camundongos mostraram resultados promissores no desenvolvimento de novos tratamentos oncológicos.
Além da pesquisa, a lobeira é apreciada no preparo de doces e geleias e oferece benefícios à saúde. Rica em fibras, auxilia no funcionamento intestinal, regula colesterol e triglicerídeos, possuindo ação anti-inflamatória, antioxidante e antimicrobiana, combatendo ainda bactérias e fungos prejudiciais ao organismo.
Sobre o câncer de bexiga
O câncer de bexiga é caracterizado pelo crescimento anormal de células na parede interna do órgão, afetando mais homens acima dos 55 anos. Costuma ser agressivo se não tratado, invadindo tecidos e órgãos vizinhos, além de ter alta taxa de recorrência. O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura.