O vice-governador Laurez Moreira (PSD), interinamente empossado do cargo de governador, após afastamento determinado pela Justiça do titular, Wanderlei Barbosa (Republicanos), confirmou a exoneração de todos os titulares de cargos do 1º escalão estadual, quase no mesmo instante em que o governador afastado divulgava um vídeo em suas redes sociais afirmando estar sendo perseguido e ainda acusando o sucessor de articular juntamente com adversários a sua saída.

 

Com destacou Wanderlei, nos últimos dois anos o afastamento entre ele e Laurez era evidente, apesar de ambos evitarem falar disso tão abertamente e o assunto ser tratado mais pelos outros do que pelos próprios. A “facada”, que decepou de vez o laço mínimo ainda possível entre ambos foi a filiação do vice no PSD, partido que é o mesmo de Irajá Abreu, principal adversário governista.

 

No meio desta “furupa toda” está a população tocantinense, que presencia mais um momento de instabilidade política no Estado. Desde 2009, nenhum governador completou seu mandato. Siqueira Campos renunciou em 2014, se afastando voluntariamente, mas os demais durante este período de 16 anos, foram afastados por denúncias de corrupção e por decisão da Justiça Eleitoral.

 

Motivo do atual afastamento

 

Segundo a decisão, são apurados os crimes de frustração ao caráter competitivo de licitação, peculato, corrupção passiva, lavagem de capitais e formação de organização criminosa. As investigações, que tramitam sob sigilo no STJ, fazem parte da operação Fames-19, que faz alusão a palavra “fome”, do latim + o ano de 2019, quando a pandemia teve início. Esta é a 2ª fase dos trabalhos, que apuram prejuízo estimado aos cofres públicos na ordem de R$ 73 milhões.