Em uma carta aberta enviada ao Guaraí Notícias, a professora Elimarcia Chaves, de 44 anos, denuncia a grave situação do trânsito na cidade e relata o drama vivido por sua família após um sinistro ocorrido no último dia 18 de maio, um domingo, que deixou seu esposo, Odair José da Silva, de 51 anos, com o pé direito mutilado. O texto, marcado por emoção e revolta, expõe não apenas a dor pessoal, mas também a sensação de abandono e impunidade perante o caso.
A ocorrência se deu quando Odair e o filho caçula, Pedro Augusto, de 13 anos, retornavam de um mercado. Um motorista, segundo a carta, teria avançado a sinalização de “pare” na Avenida Rio Grande do Sul, atingido violentamente a moto em que estavam pai e filho. O impacto quase custou a vida do menor e resultou em ferimentos graves em Odair, que atua no ramo de poços artesianos.
Foto: Arquivo familiar
Odair e família, incluindo o netinho ainda na barriga de sua filha mais velha.
A tragédia familiar provocou mudanças drásticas na rotina da casa. José Aristides, filho do casal e então estudante de Direito, precisou interromper sua formação aos 18 anos para assumir o trabalho do pai. Ana Teresa, a filha mais velha e Nutricionista, de 27 anos, teve de cuidar sozinha do filho recém-nascido, Antônio, pois a mãe precisou se dedicar integralmente aos cuidados dos feridos.
Na carta, Elimarcia descreve o sofrimento enfrentado e a frustração diante da impunidade. A professora ainda faz um apelo coletivo para motoristas e cobra do poder público local melhorias urgentes na sinalização, iluminação e fiscalização do trânsito urbano. “Se nada for feito, não seremos os únicos. Já não choramos a falta de sapatos, e sim a falta dos pés”, descreve na carta a autora, fazendo referência a um poema que ela gosta e se tornou literal na vida de sua família.
Imagem mostra Odair mutilado por conta do sinsitro.
Trecho da carta aberta
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CONSEG agendou reunião
Na maioria dos sinistros de trânsito registrados em Guaraí nestes últimos dias, mesmo com sinalização insuficiente, as principais causas apontadas em geral tem sido a imprudência e falta de atenção dos envolvidos. A situação inclusive será pauta de uma reunião do Conselho Comunitário de Segurança e Defesa Social de Guaraí (CONSEG), agendada para a próxima quarta-feira, 11 de junho. Elimarcia inclusive foi convidada e deve participar oferecendo seu testemunho.