No início da tarde desta última segunda-feira, 1º de setembro, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) prendeu em Guaraí um homem de 25 anos, que possuía mandado de prisão pelo crime de feminicídio, praticado contra a sua própria companheira em São Paulo (SP). Ele viajava como passageiro de um ônibus com destino ao Maranhão, quando foi abordado e detido pelos agentes.

 

O crime ocorreu no bairro São Mateus, Zona Leste de São Paulo, no fim do mês passado. O casal mantinha um relacionamento de 5 anos, marcado por agressões constantes contra a jovem, muitas vezes na presença dos filhos. Apesar disso, ela escondia a situação da família, que desconhecia os episódios de violência e só teve dimensão da situação pouco antes dela vir a falecer.

 

No dia do crime, a jovem, de 21 anos, foi espancada com socos e chutes na região abdominal, além de arrastada pelos cabelos e expulsa da casa onde vivia com o companheiro. Antes de ser levada ao hospital, gravou um vídeo relatando as agressões. Internada com fraturas nas costelas e lesões no pulmão, chegou a permanecer entubada por dois dias e faleceu devido traumatismo torácico.

 

Durante as investigações, a Polícia Civil do Estado de São Paulo descobriu que o autor também integrava uma quadrilha de desmanche de veículos na Zona Leste da capital. O caso teve ampla repercussão, sendo pauta de reportagem da Record TV Nacional. Após a prisão, ele foi encaminhado à Delegacia de Polícia Civil de Guaraí, no Tocantins, para tomada dos procedimentos legais cabíveis.

 

 

Panorama do feminicídio

 

Para enquadrar o assassinato como um feminicídio, a lei brasileira exige que o crime seja motivado por violência no âmbito doméstico, familiar ou então por menosprezo/discriminação da condição de mulher. Desde 2015, a legislação considera o feminicídio um crime qualificado, com penas que podem variar de 20 a 40 anos de reclusão. Apesar disso, este tipo de violência ainda é comum.