O empresário Aurélio Lisboa Sampaio, preso pela Polícia Civil em Guaraí na manhã desta quarta-feira (04/07), suspeito de integrar um grupo responsável por sonegar impostos, teve a prisão preventiva revogada pela Justiça, logo depois de prestar depoimento. O delegado responsável pelo caso, José Rerisson Macedo Gomes, informou que o suspeito é inocente e não sabia do esquema.

 

"Apesar de ter transportado muitas cargas de grãos destas empresas fraudulentas, ele não tinha como ter acesso a informação de que a empresa era, ou não constituída de forma fraudulenta. E nem se elas estariam recolhendo ou não os impostos. Desta forma podemos comprovar sua inocência neste caso", explicou o delegado, durante entrevista ao portal G1 Tocantins.

 

O contador Shirlenylson Barbosa Ribeiro, que também foi preso na operação, continua detido. A polícia acredita que ele seja o mentor dos crimes. O advogado do acusado informou que que tudo será esclarecido no processo e que seu cliente apenas prestou serviços como contador. A defesa do acusado, preso no município de Araguaína, informou que vai pedir a revogação da prisão.

 

"Uma empresa foi aberta no nome de terceiros, sem o conhecimento da pessoa. A partir daí, expediam as cargas com as notas fiscais falsas para o Norte e Nordeste através de várias empresas de transporte. Era uma empresa fantasma onde o Estado não tinha onde bater na porta para cobrar os impostos", afirma o delegado responsável pelas investigações, iniciadas ainda no ano de 2016.

 

As investigações apontam ainda que o esquema utilizava empresas fantasmas para emitir as notas fiscais. Mais de R$ 17 milhões teriam sido sonegados nos últimos quatro anos, mas os valores podem chegar a casa de R$ 180 milhões. Chamada de “Joio”, a operação determinou ainda o cumprimento de mandados de busca e apreensão no município de Miranorte, além de Guaraí e Araguaína.