Desde o início da paralisação nacional dos caminhoneiros, a população, de maneira geral, tem apoiado a causa e, como não poderia ser diferente, defendido a redução dos impostos que incidem sobre o preço dos combustíveis. Além deste apoio, muitos estão se mobilizando para oferecer alimentação e atender outras necessidades dos estradeiros acampados às margens das rodovias.
Pensando em dar a sua parcela de contribuição ao movimento, o pioneiro guaraiense Artur Pessoa, de 86 anos, assim como muitas já fizeram, convidou os caminhoneiros que acampavam em frente a sua residência e ofereceu um delicioso churrasco no final da tarde desta sexta-feira (25/05), servido com a ajuda de alguns familiares, incluindo filhos, netos e a esposa Dona Genésia.
Foto: Guaraí Notícias
“Não custa nada ajudar quem está lutando por nós. Esse pessoal [os caminhoneiros] tem uma vida muito sofrida, foi por isso que eu resolvi matar uma vaca e oferecer esse churrasco, em gratidão ao que estão fazendo por toda a população. Eu já sou de idade, mas quando eu falei o que queria para a minha família, todos me apoiaram”, disse o pioneiro, que vive em Guaraí há 56 anos.
Além dos caminhoneiros, que Seu Artur fez questão de convidar pessoalmente pela rádio da cidade e até por carro de som, muitos apoiadores do movimento também participaram do churrasco. Alguns dos convidados trouxeram outros alimentos para engrossar a refeição e como tem sido em todos os eventos similares realizados pela cidade, cada um oferece sua parcela de contribuição.
Panorama da paralisação no Tocantins
Apesar do Governo Federal ter anunciado um acordo com representantes dos caminhoneiros na noite desta última quinta-feira (24/05), a paralisação no Tocantins e na maioria dos estados segue firme, sem qualquer indicativo de desmobilização, já que os motoristas que aderiram ao movimento afirmam que não se sentem representados pelas entidades que negociaram a trégua.
Mesmo com as ameaças do presidente Michel Temer (MDB), que promete endurecer o tratamento com os manifestantes que bloquearem rodovias, inclusive com o uso da Força Nacional, na maior parte dos bloqueios, as pistas não foram interditadas e os caminhoneiros que aderiram à paralisação estão apenas deixando de transitar, parados em postos e às margens de rodovias.
Reivindicação dos caminhoneiros
Além da redução do preço dos combustíveis, que representa 42% do custo total do negócio, há outras motivações para o movimento. Uma das reivindicações é a cobrança da votação do Projeto de Lei 528/2015, que cria uma tabela com valores mínimos para o frete. A classe reivindica ainda a isenção do PIS, da Cofins e da Cide sobre o óleo diesel utilizado por transportadores autônomos.
Trechos bloqueados nas rodovias federais que cortam o Tocantins
Araguaína - BR-153, KM 152
Nova Olinda - BR-153, KM 208,7
Colinas do Tocantins - BR-153, KM 245
Tabocão - BR-153, KM 360
Paraíso do Tocantins - BR-153, KM 492
Gurupi - BR-153, KM 674
Alvorada - BR-153, KM 761
Figueirópolis - BR-153, KM 723
Pedro Afonso - BR-235, KM 164
Silvanópolis - BR-010, KM 306
Santa Rosa - BR-010, KM 260
Taguatinga - BR-242, KM 003
Obs.: Em todos estes pontos o trânsito está sendo bloqueado para veículos de carga. Outros automóveis conseguem transitar normalmente.