A Justiça decretou a prisão preventiva de quatro policiais do Batalhão de Polícia de Choque (BPCHOQUE) da Polícia Militar (PM), acusados de atirar por engano no delegado Marivan da Silva Souza, durante uma abordagem realizada em Guaraí neste último sábado (28/10). A decisão do juiz Ciro Rosa de Oliveira, divulgada neste domingo (29/10), objetiva evitar que os envolvidos destruam provas ou interfiram nas investigações.

 

Conforme a decisão do magistrado, os quatro militares são acusados de tentativa de homicídio, usurpação da função pública, disparo de arma de fogo em via pública, além de outros delitos que serão apurados no curso das investigações que estão em andamento. Os policiais que tiveram a prisão preventiva decretada são: Frederico Ribeiro dos Santos, João Luiz Andrade da Silva, Tiago Marinho Duarte Peres e Cleiber Levy Gonçalves Brasilino.

 

Os militares que tiveram a prisão decretada não atuam em Guaraí e estavam na cidade para colaborar com o trabalho de buscas aos suspeitos que assaltaram um carro forte na BR-153 na última sexta-feira (27/10), fato ocorrido entre os municípios de Guaraí e Presidente Kennedy. Eles procuravam por criminosos armados com fuzis e metralhadoras e confundiram o carro do delegado, acreditando que seria de um dos suspeitos envolvidos no assalto.

 

Câmeras de segurança de um supermercado flagraram a ação. Nas imagens é possível ver uma caminhonete com vários homens armados perseguindo o carro do delegado. Na sequência, várias pessoas que estavam na rua correm. Em outro vídeo, feito por um cinegrafista amador, o delegado aparece deitado na rua, após ser baleado. A imagem mostra ainda alguns policiais gritando e pedindo para que populares se afastassem do local.

 

Levado para o Hospital Regional de Guaraí (HRG), Marivan, que atua como delegado em Colméia, foi socorrido e transferido para um hospital particular de Palmas, apenas por precaução, já que não corria risco de morrer, apesar de ter sido ferido por armas de grosso calibre. O delegado levou um tiro no braço, outro de raspão na cabeça e perdeu parte de uma das orelhas, também atingia por um disparo. Os tiros atingiram inicialmente o veículo que ele dirigia, um Toyota SW4.

 

Em nota conjunta, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP/TO) e o Comando Geral da Polícia Militar (PM/TO) informaram que o caso está sendo investigado. O Sindicato dos Policiais Civis do Estado Tocantins (SINPOL) informou, também em nota, que vai cobrar uma apuração enérgica no caso e a Federação dos Praças e Servidores Militares do Estado (FASPRA/TO) condenou o juízo antecipado e disse aguardar o resultado das investigações.

 

O Batalhão da PM de Guaraí, local onde os quatro militares estariam, já foi notificado à cerca da decisão liminar. A informação é de que os policiais serão mantidos na unidade, até que sejam transferidos para Palmas, onde devem aguardar o prosseguimento das investigações detidos na sede do Comando Geral. A PM ainda não se manifestou oficialmente á cerca da decisão da Justiça, mas informou anteriormente que também realiza um procedimento interno de investigação.