O pastor Anderson Silva, líder do movimento “Nossas Histórias Curam”, que luta para condenar líderes religiosos que cometem abusos sexuais em nome da fé, comentou em suas redes sociais neste sábado, 09 de novembro, uma condenação recente proferida pela Justiça de Guaraí. O caso foi abraçado por ele em 2020 e, após mais de quatro anos, o réu recebeu uma pena de 13 anos em regime fechado, porém segue livre, aguardando o julgamento de recursos.

 

Conforme consta na sentença, o pastor Gilmar Ferreira Maróstica, ex-líder de jovens da Embaixada Apostólica Filadélfia de Guaraí seria o responsável por cometer abusos contra crianças e adolescentes entre 2004 e 2018. Segundo a denúncia, confirmada por 11 vítimas, ele teria praticado violações com pretextos religiosos, incluindo a unção de partes íntimas. O pastor alega que foi orientado por suas lideranças, porém estas negam este tipo de direcionamento da igreja.

 

Anderson, que chegou a vir pessoalmente até Guaraí para acompanhar o caso em 2020, destaca que os relatos das vítimas são chocantes e, consequentemente, incompatíveis com o trabalho que deveria ser realizado por um pastor evangélico. Além de ungir partes íntimas, o réu, conforme destacado, também ordenava que algumas das vítimas ejaculassem na sua presença, com promessas de cura para os pensamentos libidinosos, carnais e homossexuais.

 

Importante frisar que a condenação, baseada no relato de 8 vítimas do sexo masculino e três do sexo feminino, fundamentou a decisão, mas estimasse que o número de afetados seja maior. Vale destacar que Gilmar foi disciplinado e se afastou da Embaixada Filadélfia. Agora ele faz parte de uma nova congregação, a Família Vitoriosa, onde atuava como líder do Ministério de Louvor até esta semana, mas foi afastado das funções ministeriais logo após o caso vir à tona.

 

A Secretaria Estadual da Segurança Pública do Tocantins (SSP/TO) confirma que as investigações sobre o caso foram concluídas em 2023 e o pastor indiciado pelos crimes de estupro, estupro de vulnerável, violação sexual mediante fraude e importunação sexual. O Ministério Público do Estado do Tocantins (MPE/TO) ratificou o inquérito, ofereceu à denúncia para a Justiça e ainda trabalha para que a pena seja aumentada, já que a considera insuficiente.

 

Obs.: Por envolver menores de idade na época dos fatos, o caso possui segredo de Justiça, visando garantir principalmente que as vítimas sejam preservadas.

 

Nota da Embaixada Filadélfia

 

 

Nota da Família Vitoriosa