Um adolescente de 14 anos, que terá sua identidade preservada nesta reportagem, foi ameaçado pelos próprios colegas de sala em Guaraí. A mãe do garoto, que teve acesso as mensagens por meio de um grupo de WhatsApp da turma, procurou a escola e depois foi até a Polícia Civil, que agora investiga o caso. O aluno agredido é esquizofrênico e frequenta o ensino regular.

 

O caso envolve alunos de uma das turmas do 9º do Colégio Estadual Raimundo Alencar Leão (CERAL). Nas mensagens, os estudantes insinuam que vão agredir o aluno especial, apenas por ele ter uma condição diferente. Em alguns dos trechos compartilhados no grupo, os agressores dizem que vão espancar o garoto até ele não poder mais andar, deixando-o na cadeira de rodas.

 

Ouvida pelo Guaraí Notícias, a mãe do garoto, que também não será identificada, disse que desconfiava que o filho vinha sendo ameaçado, mas até então não imaginava que ele poderia estar convivendo com uma situação dessas. “Quando vi as mensagens, entrei em desespero. Eles falavam em espancar meu garoto, diziam coisas absurdas, fiquei em choque”, disse a mãe.

 

Uma investigação foi aberta pela Delegacia Especializada da Criança e do Adolescente (DECA), que já conseguiu identificar pelo menos três dos autores das ameaças. Todos serão chamados para prestar depoimento, juntamente com seus pais ou responsáveis legais. O caso também está sendo acompanhado pelo Ministério Público do Tocantins (MPE/TO) e pelo Conselho Tutelar.

 

Procurada, a direção CERAL informou que tomou conhecimento da situação juntamente com a mãe. O diretor da unidade, Professor Nelson José Maciel Gonçalves, que também é um dos ameaçados nas mensagens compartilhadas pelos agressores, disse que a escola tomou todas as medidas cabíveis. A unidade possui quase 900 matriculados, sendo 40 com necessidades especiais.